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Dia Nacional de Combate ao Fumo reacende discussões sobre regulamentação de lei

29/08/2012


Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado hoje (29), reacende as discussões sobre a regulamentação da Lei Antifumo - que proíbe a prática em lugares fechados - e a necessidade de conscientização quanto às doenças relacionadas ao tabaco.

 
A enfermeira Venilda Feiter tem 51 anos e fuma desde os 17. Ela diz que nunca teve nenhum problema de saúde por causa do vício, mas já atendeu a vários pacientes que sofriam de doenças relacionadas ao cigarro. Mesmo vendo o que outras pessoas sofrem, ela continua fumando: 'Eu trabalhei muitos anos em hospital. Vi muita gente com câncer pulmonar, problema de pleura, esôfago, tudo isso já vi. Mas, mesmo assim, ainda fumo'.
 
Para Feiter, a quantidade de informação que existe hoje ajuda a evitar que mais pessoas comecem a fumar: 'Se, na minha época, alguém tivesse falado o que falam hoje do cigarro, eu jamais teria fumado. Só que, àquela época, tinha propaganda, era chique fumar. Se tivesse a restrição que existe hoje, talvez eu não tivesse começado.'
 
Assim como a enfermeira, várias pessoas experimentam o cigarro pela primeira vez ainda jovens. É o caso de Henrique Luz, 50 anos, que tentou, mas não conseguiu se livrar do cigarro: 'Não é igual a parar de beber. Sem cigarro, você fica agoniado, muito ansioso. Comecei a fumar aos 11 anos de idade, toda a minha família fuma.'
 
Mesmo quem não fuma percebe, nas pessoas próximas, os problemas que o cigarro causa. O servidor público Francisco Pedreiras é um exemplo de quem não se sente à vontade com o vício dos amigos: 'Na hora do futebol, eles são os que se cansam mais rápido. Quando estão fumando por perto, a gente pede que procurem um lugar mais adequado, porque realmente incomoda'.
 
A auxiliar de limpeza Conceição Costa também observa, em uma colega de trabalho, os riscos causados pelo tabagismo: 'Ela sente cansaço, tosse muito, está até com problema de diabetes por causa do cigarro'. Ex-fumante, ela reconhece que foi difícil parar de fumar: 'Sem ninguém saber, eu fumava escondida no banheiro'.
 
Na lanchonete em que trabalha o vendedor Thiago Silva, quem mais compra cigarros são mulheres e jovens de 18 a 22 anos. Mesmo assim, o lucro não é satisfatório: 'Nós ganhamos uma mixaria com a venda de cigarros, R$ 0,30 por cartela. O lucro é usado para comprar outros produtos. O meu chefe já avisou que vai parar de vender cigarros no próximo mês'.
 
O governo federal arrecadou, em impostos, com a venda de cigarros, R$ 6,3 bilhões em 2011. Em 2012, até julho, já haviam sido arrecadados R$ 3,4 bilhões.
 
Edição: Graça Adjuto
 
Agência Brasil