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Seater: Decisão do Governo pode prejudicar mais de 100 mil agricultores familiares em RO

04/07/2016


O presidente do Sindicato dos Empregados da Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Seater), Carlos Xavier, afirmou durante encontro na última semana em Porto Velho que a decisão do presidente interino Michel Temer em extinguir o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) pode prejudicar mais de 100 mil agricultores familiares. Em seu entendimento, a Emater sem o apoio do Governo Federal não tem condições de levar as políticas públicas que geram renda ao agricultor.  

 

Em resposta, o segmento mobilizou os líderes sindicais de todo país no encontro liderado pela Federação Nacional dos Trabalhadores da Assistência Técnica, Extensão Rural e do Setor Público Agrícola do Brasil (Faser) em Porto Velho. Também trouxeram representantes do Governo a exemplo do presidente da Agência Nacional de Assistência Técnica de Extensão Rural (Anater) e Associação das Emater Públicas (Asbraer), a fim de ouvirem a posição dos governantes e debaterem os reflexos negativos em cada região do Brasil.

 

Xavier considera que a decisão afeta principalmente a agricultura familiar, justamente porque quem gerenciava essas políticas públicas de apoio era o MDA intermediado pela Emater. Inclusive, considera que nesses moldes se a mesma estiver desassistida, o técnico também fica sem condições de executar seu trabalho porque os Estados sozinhos não conseguem atingir a maioria dos agricultores, por isso, considera essa iniciativa um atraso porque pode afetar o consumidor final desses produtos.

 

Á exemplo, citou o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) sob a gerencia das Emater e na responsabilidade dos extensionistas em que compram o alimento do agricultor familiar e repassa a custo zero para as associações carentes e escolas públicas. “Esse trabalho fica dificultado porque se o agricultor familiar lá na ponta não tem incentivo, não tem o técnico para fazer essa inter-relação de comprar e distribuir para as entidades carentes, o elo se quebra e a gente entende que os dois lados da sociedade perdem” acrescentou.

 

Ao citar o aumento do preço do feijão que viralizou nas redes sociais, disse que quem planta esse produto no Brasil não é o grande empresário e nem o agricultor do agronegócio, mas esse e os demais alimentos que vão para a mesa do brasileiro vem da agricultura familiar. “É a agricultura familiar que precisa do incentivo do governo para produzir, então nós temos aí o exemplo do preço do feijão que está com alto, o arroz também está indo para o mesmo caminho justamente porque a agricultura familiar está sendo desassistida” explica.

 

A bandeira de luta é a de ver o MDA renascido ou reestruturado, por isso, estão procurando a classe política, inclusive alguns parlamentares estiveram presentes ao evento que ao final elaborou uma pauta para ser entregue ao governo estadual e à Casa Civil da Presidência da República com o objetivo de apoiar a volta do ministério. “Seja em outro nome, mas que tenha um órgão específico para atender a agricultura familiar que é um segmento da sociedade que precisa da contribuição e do apoio dos entes federados” disse.

 

Por outro lado, disse que enquanto está trabalhando para manter as condições de trabalho, os salários em dia e buscando reajustes. A nível de Federação está atento às questões nacionais buscando participar nas decisões que acontece no Brasil a respeito da agricultura familiar e nas empresas estaduais de assistência técnicas. “Rondônia está de parabéns no cenário nacional, primeiro por sediar um evento desse e fazer o Brasil voltar os olhos pra cá porque se fez presente todas as lideranças do movimento sindical das emater” concluiu.

O Delegado sindical do Seater do município de Jaru, Paulo, disse que a Emater precisa aumentar a equipe técnica para melhor atender o produtor rural, mas mesmo com o quadro disponível tem feito um bom trabalho no fortalecimento da agricultura familiar. “A Emater tem buscado valorizar o seu quadro de pessoal, mas no futuro vai ter que contratar mais técnicos porque visa o melhoramento do produtor rural, a fim de fazer a sua parte junto aos produtores rurais e demais entidades que estão no campo, por isso, precisa da volta do MDA" finalizou.

 

Por: David Rodrigues Passos

Jornalista

www.rondonianoar.com.br

 

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