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Com 26 mil trabalhadores em 5.298 municípios, Faser luta pelo retorno do MDA

04/07/2016


A Federação Nacional dos Trabalhadores da Assistência Técnica, Extensão Rural e do Setor Público Agrícola do Brasil (Faser) reuniu seus representantes em debates priorizando a luta pelo retorno do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O encontro foi realizado na última semana em Porto Velho e visa reaver a decisão do presidente interino do Brasil Michel Temer, o qual transformou a pasta em Secretaria e anexa à Casa Civil. A ideia é mobilizar os cerca de 26 mil trabalhadores nos 5.298 municípios do país, a fim de junto com a sociedade e parlamentares mudar essa decisão no Congresso Nacional.

 

O Coordenador Nacional da Faser, Carlos de Carvalho, disse que nesse período de incerteza política que o país atravessa, a instituição está mobilizada para a garantia das políticas públicas voltadas para a extensão rural, os trabalhadores e a agricultura familiar. Diante dessa realidade, se baseiam em alguns parâmetros a exemplo do histórico do movimento sindical no Brasil e suas implicações, a legislação e a formação política dos agentes porque entende que é dessa forma e com esses princípios consolidados terão condições de orientar a base e partir para os enfrentamentos necessários.

 

Em seu entendimento, o MDA era justamente o ministério que ancorava e que ancora todas as políticas públicas da agricultura familiar, da produção de alimentos e de todas as políticas de extensão rural do Brasil.  “A nossa defesa veemente na construção desse ministério é porque nós entendemos que uma Secretaria conforme foi a proposta do governo e foi criada se torna frágil, pois uma secretária nunca vai ter um status de ministério e por consequentemente não vai ter os recursos necessários para manter as políticas públicas construídas nesses últimos anos” acrescentou.

 

A estratégia é mostrar para o Governo e os políticos que a agricultura familiar é a que coloca os alimentos na mesa da população, inclusive sem desmerecer o agronegócio que é a ancora do país em termos de commodities, exportação, Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, esclarece que a agricultura familiar, além de compor o PIB, promove a inclusão social, melhora a vida das pessoas e em especial dos agricultores familiares. “Se nós não conseguirmos reconstruir esse ministério ou um ente qualquer que venha ancorar e fortalecer essas políticas, os prejuízos serão enormes na inclusão social, produção de alimentos e à população” explica.

 

Carvalho afirma que sua convicção vem dos 40 anos que trabalha nesse segmento, inclusive na construção das políticas que estão dando sustentabilidade para o fortalecimento da agricultura familiar. No entanto, uma ação dessa enfraquece as mesmas diminuindo a produção de alimentos, a inclusão social e os 4,5 milhões de agricultores passam a ter renda menor. Ao se referir aos produtos que são oferecidos na rede pública, foi enfático: “Ao enfraquecer essas políticas vão buscar alimentos para a merenda nas indústrias e nós sabemos que não são bons para a alimentação das crianças em nossas escolas”.

 

Ao se referir aos trabalhadores da extensão rural, disse que os mesmos ficassem conscientes que a Federação está fazendo toda a defesa para garantir e fortalecer as políticas que foram criadas. “Nós conclamamos a população de um modo geral para que entenda a importância que a agricultura familiar tem na vida de todos nós brasileiros, porque é a agricultura que põe comida na nossa mesa a exemplo do feijão, carne de frango, verduras e frutas. Tudo o que está nas nossas mesas, inclusive quando você entrar nos restaurantes procure ver que os produtos são da agricultura familiar” concluiu.

 

 

 Por: David Rodrigues Passos 

Fonte: RONDONIANOAR